terça-feira, 2 de agosto de 2011

Era uma vez, em uma residência para estudantes, certo filósofo: Félix Guattari promoveu uma palestra. Fui acordado de sono profundo, e, como já havia lido algumas obras suas - o ouvi. Quando comento a amigos, digo que falou de Brecht e não de Samuel Beckett. Talvez por que a morte o rondasse. Olhei seu corpo e como sou sensitivo, vi que logo iria morrer. Vim saber de seu óbito quatro anos depois. Disse que não fizessem perguntas. A tradutora trabalhava até com jogos de palavras. Algumas pessoas foram à frente e liam pequenos “recados” sobre o teatro. As pessoas aplaudiam. Conhecido meu falou sobre poesia, e, ele respondeu: “Bonito!”. Completamente catatônico. Sua voz era total. Plena de palavras. Jatos de intensidade. Esteve também em minha universidade. Dono de si mesmo, trajava suéter em um dia de calor. Para ele o teatro devia ser intensivo, teatro filosófico, pleno de recursos para qualquer vida aleatória – resposta ao drama de existir. Mas mesmo sendo elegante não me convenceu...

Nenhum comentário:

Postar um comentário