quinta-feira, 16 de junho de 2011

Luta Política

Sartre está mais para o lado da fenomenologia ou de um existencialismo que propõe. Ele raras horas aborda concisamente o desejo. O rapaz do “O Existencialismo é um Humanismo”, se vai à guerra ou fica com a mãe e a família, Sartre diz que ele fez o certo - escolheu. Paga o preço da consciência. Ser sujeito de si. Até na submissão somos livres. Existem pequenos aparelhos de poder que se impõem. São bastante ardilosos. É desejo fascista. Combater diariamente esta máquina desejante – o fascismo ou o nazismo – é angustiante. Há pessoas que são “chefezinhos”. Agem de má fé. Porém seu desejo não é liberto. Eis o que Sartre critica em política – a de “De Gaulle”: por exemplo. Sartre aceitou o comunismo. Escreveu livros de política e prática marxista - dialéticas. Em “Maio de 68” foi militante político. Não se queria mais partidos para a revolução, não se falava de tomar o “poder de estado”, mas a questão do desejo, liberar, desentravar - a satisfação. Surgiram pessoas como Deleuze e Guattari ou mesmo Baudrillard, Foucault. O que se ambicionava era o desejo, a revolução. Um novo conceito de revolução – certo individualismo sim. Sartre quanto a esta questão – silenciou. Mas lutou. O último intelectual clássico. Percebe-se nova forma de intelectual. Junto às massas com palavras de ordem. O desejo para todos nesta época era eminentemente político. Desejar é fazer “a” política individual e coletiva, social e desejante. Ansiar e desejar, satisfazer as pulsões é fazer política. A propaganda de massa atrapalha. A indústria procura satisfazer a produção de objetos. O socialismo de Sartre age seu desejo como engajo. Sartre deseja fazer arte, peças de teatro, romances, amar “Simone de Beauvoir”. Aceita o feminismo. Não quer ser familiarista, certa liberdade sexual. Foi motivo de polêmica. Pequeno burguês atuante – provocava seu sorriso de mofa. Sartre viveu a segunda guerra mundial e a reconstrução da Europa. Combateu e foi metereologista. Não aceitou o Prêmio Nobel. Muito controverso. Sabia perfeitamente o que os fascistas desejam. Embora adote práticas militantes de esquerda. Em “O Ser e o Nada” escreve capítulo exclusivo à Psicanálise. Mas não tinha a clareza de um Guattari quanto ao desejo em “O Anti-Édipo”. Ou de um Baudrillard em “O Sistema dos Objetos”. A liberdade era algo tão patente para si quanto fazer política. Engajar o desejo muitas vezes praticou - distintamente.

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